sábado, 19 de setembro de 2009

Reencarnação hierárquica

Mundo Espiritual
Reencarnação hierárquica

Kardec estabeleceu nas páginas do Livro dos Espíritos a dualidade entre o mundo material e o mundo espiritual. O espírito é imortal e ora está em um mundo e ora, em outro. Com o nascimento ele passa do espiritual para o material. E com o falecimento do corpo ele volta para o mundo espiritual.

Ainda segundo Kardec, no mundo espiritual o espírito possui um corpo (de matéria etérea) chamado perispírito que é permanente e mais ou menos grosseiro de acordo com o seu nível evolutivo. Ao entrar para o mundo material com o nascimento o espírito ganha um corpo biológico embora mantendo o perispírito (reencarnação). E ao sair com o falecimento ele deixa este corpo biológico (desencarnação).

André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier, nos trouxe informações sobre diferentes esferas espirituais e a possibilidade de movimentação entre elas. Já o espírito Inácio Ferreira, através da mediunidade de Carlos Baccelli, sustenta que esta movimentação ocorre por meio da desencarnação e da reencarnação no mundo espiritual. Para tanto, o espírito possuiria mais de um corpo espiritual e os processos de encarnação e desencarnação seriam equivalentes ao proposto por Kardec.

Ou seja, perdem um dos corpos espirituais na desencarnação e ganham um novo corpo espiritual na reencarnação. Porém, não se sabe ao certo como se dariam na prática estes processos. Uma das possibilidades para a desencarnação (e aqui começa a minha divagação) seria o esgotamento dos órgãos do corpo espiritual para uma dada dimensão espiritual. E para a encarnação seria o recebimento de um novo corpo espiritual voltando para uma dimensão espiritual mais próxima da dimensão física. (clique na imagem para ampliar)


Vamos supor que cada encarnação na dimensão física dure por volta de 100 anos. Ao voltar para a dimensão espiritual o espírito permaneceria por igual período até que chegasse a hora de reencarnar voltando para a dimensão física. Cada ciclo destes de desencarnação e reencarnação, portanto, duraria 100 + 100 = 200 anos.

Vamos supor agora que o corpo espiritual desta dimensão espiritual (mais próxima da dimensão física) dure por volta de 1000 anos. Então, este tempo seria suficiente para o espírito fazer 5 ciclos (de 200 anos) de desencarnação e reencarnação. Assim, após 5 reencarnações na dimensão física o corpo espiritual se esgotaria e deixando-o para trás num processo de desencarnação o espírito passaria a uma nova dimensão espiritual.

Vamos supor também que nesta dimensão o espírito permanece por um tempo equivalente ao tempo de 1000 anos vividos na dimensão física e na espiritual anterior (arbitrariamente chamada de dimensão espiritual 1). E após 5 destes ciclos teríamos o esgotamento do segundo corpo espiritual totalizando um período de 10 mil anos.

E assim o processo continuaria até que o espírito não possuísse mais nenhum corpo espiritual, apenas sobrando ele mesmo, a sua essência espiritual. Esta espécie de desencarnação e reencarnação hierárquica seria limitada pela dimensão física e pela dimensão espiritual na qual o espírito não teria nenhum corpo. Resta saber ainda de que forma são produzidos os corpos espirituais. Você tem alguma idéia?!?

4 comentários:

  1. Esta divagação chegou bem próxima das minhas...

    Acredito que somos como cebolas infinitas, cujos anéis nunca se esgotarão no curso da marcha evolutiva. Não pode haver limite para a evolução, senão seria o fim da liberdade e, consequentemente, da individualidade de cada um de nós. Nesse caso prevaleceria a hipótese oriental do limite das reencarnações na esfera planetária e a possibilidade de ruptura com seu ciclo, a Roda de Samsara, através do ascetismo e das práticas rituais, o que não acredito.

    Neste sentido penso como Inácio Ferreira, que a reencarnação deve ser mesmo lei universal. Isso faz sentido, pois está de acordo com a ideia de que no universo prevalece a homogeneidade, de que Deus não concede qualquer espécie de privilégio, apesar do que cada uma das partes do universo é um complexo de complexos.

    Já quanto ao dualismo corpo x espírito, Vital, não estamos de acordo...

    Allan Kardec soube sintetizar bem um corpo filosófico que ajustou contas com diversas interpretações do modo de ser da imortalidade, como as de Sócrates, Platão, Agostinho, Tomás de Aquino e René Descartes, por exemplo, mas em relação a Giordano Bruno ele ficou devendo. Ele não, os espíritos que, sob a liderança de Jesus, dialogaram com ele. Mas André Luiz e Inácio Ferreira estão completando o trabalho e as coisas estão se mostrando mais harmoniosas e sensatas. Ao menos para mim, já deixou de existir a distinção entre encarnação e desencarnação, porque em qualquer parte do universo sem fim sempre existirei como um corpo animado por um princípio, digamos, espiritual. Não mais a ideia corpo/espírito, mas corpoespirito, uma só coisa se movendo em Deus e para sempre.

    Antonio Baracat

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  2. Noooosa Vital.Sem palavras
    Simplesmente EXCEPCIONAL!!!!
    Aki em Sta Rosa, tbm pesquisamos muito os conteúdos espíritas e sempre nos maravilhamos com a profundidade destes conhecimentos....

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  3. Para evoluirmos precisamos de um corpo transitório, no qual se dimensionará numa zona de convergencia, capaz de viver espíritos de todas as fases evolutivas. Isso faz parte da lei do progresso, alicerçando o exercício do amor e caridade, alavancando e exercitando nós espíritos imortais.

    Pensando sobre esse assunto, a teoria dita por inácio Ferreira possui algum sentido e vai além do que Kardec diz, que a meu ver, como alguns espíritas dizem por aí, não contraria kardec em nenhum momento.

    Quando estudamos André Luiz em nosso Lar, percebemos que em um sonho, ele se dedobra para o plano de sua mãe Laura. A pergunta é o seguinte. Para atingir a esfera evolutiva que Laura se encontra, como faremos para alcança-la? Já que tanto André e Laura são espíritos errantes. Não podemos definir isso só de ordem moral, mas tem que haver uma transformação física para tal feito, já que perispírito é matéria, mais sutil, mas ainda matéria.

    Talvez ainda falte elementos a serem esclarecidos, mas que há uma transformação energética no corpo perispirítico isso é sem sombra de súvida, mas como se daria tal fato? Seria um objeto de pesquisa a ser aprofundado e estudado com muito afinco e imparcialidade.

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  4. A sua reflexão foi muito boa. Acredito que esse é o caminho para entender os corpos pelos quais transita a consciência rumo à perfeição que cada orbe (ou unviverso) comporta. No entanto, através dos estudos que tenho feito, vejo que o tempo de existência da consciência em cada corpo deve ser bem maior.
    Allan

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